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PÓS BREXIT: POSSÍVEIS DESAFIOS PARA O REINO UNIDO

A continuidade das negociações do Brexit para o futuro governo eleito do Reino Unido aguarda o novo Parlamento ser eleito.

Com a espera da votação do dia 8 de junho para eleger o novo Parlamento, a UE (União Europeia) deixa a continuidade das negociações do Brexit para o futuro governo eleito do Reino Unido. Com um cenário tomado pela incerteza sobre o acordo da retirada britânica, as pessoas voltam a questionar o que será da economia britânica daqui para frente e quais mudanças ela terá que enfrentar?

Como primeiro impacto desse cenário nebuloso vivenciado pelo país, muitas empresas estão tomando a atitude de adiarem decisões de investimento, o que resultará em uma trava no desempenho da economia durante 2017 e 2018. Como exemplo desse impacto pode-se citar o setor bancário: Podendo perder 10.000 postos bancário, assim como 20.000 papéis em serviço financeiro, de acordo com as análises do Bruegel. A capital de Londres já recebeu o chamado de emigração de unidades bancárias das gigantes Deutsche Bank, JP Morgan, Barclays, Standard Chartered, Goldman Sachs e Morgan Stanley, as quais tem como destinos favoritos a cidade alemã Frankfurt e a irlandesa Dublin. Essa ação se deve a preocupação dos mesmos de perderem o “passaporte” concebido para servir seus clientes por toda UE, o que gerará maior gastos para execução de suas atividades. 

Assim como o setor bancário, outros setores passam por riscos em suas atividades dentro da negociação do Brexit, tal como o setor alimentício. Até 97% das exportações de alimentos e bebidas do país estarão em risco se não houver acordo comercial com a União Europeia. Isso por causa da dependência particularmente elevada da indústria agrícola britânica com sua principal fornecedora, a UE (uma vez que a atividade agrícola contribui em apenas 1% sobre o PIB do país). Com isso, os valores dos produtos alimentícios poderão sofrer um aumento em seus custos de 5 a 8% no cenário de curto prazo, de acordo com análise da holandesa Rabobank, devido a um aumento no controle na fronteira com a UE, tendo as tarifas de importação relativamente altas.  No entanto, para os analistas, o efeito é para os dois sentidos, uma vez que os exportadores do Reino Unido enfrentariam os mesmos custos crescentes ao exportarem para a UE.

Além do impacto sobre certos setores da economia, o cenário de incerteza também acaba por afetar outros fatores da economia britânica. Como exemplo clássico, há a desvalorização do valor da libra esterlina no curto prazo, o que impactará em um aumento da inflação do país. Desde o referendo de junho de 2016, a moeda britânica teve uma queda de até 16% frente ao dólar e 11% frente ao euro. Como efeito dessa queda da moeda britânica, a inflação do país tem se mantendo em crescimento, passando de um aumento de 0,6% desde o referendo em junho de 2016, para 2,7% com base no último registro em abril desse ano, trazendo uma perda no poder de compra das famílias britânicas.

Logo, em decorrência a esse fator, a taxa de desemprego do país caiu a 4,6%, no primeiro trimestre de 2017, menor nível desde 1975. Isso porque como explicado pelo diretor executivo Sam Bowman do Instituto Adam Smith, está ocorrendo um trade-off à população britânica com a desvalorização da libra esterlina: enquanto pelo lado negativo a população sofre com os cortes salariais em termos reais e queda de seu poder aquisitivo,  em contra ponta ocorre uma contribuição para tornar as pessoas mais empregáveis. Este é um efeito de curto prazo que os cidadãos britânicos pagam, caso não sejam mais pagadores líquidos das regulações imposta pela UE.

Mas não pense que o governo britânico não tenha tomado previdência sobre a situação atual. Desde o resultado do referendo em junho do ano passado, o Banco da Inglaterra (BoE) impôs uma queda da taxa de juros para 0,25%, decisão a qual tem como intuito minimizar os riscos recorrentes dessa incerteza quanto à negociação com a UE. Essa política monetária expansionista, mesmo depreciando mais a libra esterlina, ajuda a aquecer a economia do país ao impulsionar a demanda agregada e, consequentemente, favorecendo o aumento do PIB do país. Dessa forma, após um surpreendente crescimento de 1,8% no PIB do país no final de 2016, o Banco da Inglaterra (BoE) prevê um crescimento econômico de 1,9% para esse ano, considerando um ano “moderado” para sua economia.

Dessa maneira, tendo medo do resultado das negociações, a população britânica continua ao aguardo pelo melhor. Enquanto pelo lado dos proponentes uma guerra tarifária entre o Reino Unido e a UE não seria do interesse da Europa, os opositores afirmam que um divórcio agradável para os britânicos, não se mostra do interesse da União Europeia, por poder levar a outros países da UE a decidirem seguir o exemplo britânico, deixando o grupo europeu também. No entanto, vendo todos os impactos já sofridos no atual cenário da Inglaterra, uma certeza é o efeito mais tangível sobre as atividades do país no curto prazo.

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